sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Coisas para lembrar que estou ficando velho

1 - Minha conta Hotmail fez 21 anos. Ainda possuo o mesmo e-mail até hoje. Saudades do MSN grupos.

2 - Há 24 anos, acompanhei a novela O Clone. É a única novela que eu acompanhei na vida por causa da trilha sonora e das imagens do deserto.

3 - Amy Winehouse morreu há 13 anos e Michael Jackson, há quase 16.

4 - Terminei minha primeira faculdade há 10 anos.

6 - O Orkut acabou há 10 anos.

7 - Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Peppers, foi lançado há 19 anos. Eu escutei esse álbum sem parar. Pena que perdi a cópia física que tinha.

8 - Conheci minhas bandas favoritas há 15 anos.

9 - Yu Yu Hakusho teve sua primeira exibição no Brasil em 1997, na Manchete.

10 - A seleção brasileira ganhou sua última Copa do Mundo há 23 anos e eu assisti todos os jogos. Foi a primeira Copa que eu lembro de assistir e o Brasil ganhou. Na época, achei que o Brasil tinha uma espécie de hegemonia no futebol. Que engano.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Mudei o nome do blog

 De "Diário de um jovem depressivo" para "Diário de um jovem ansioso".

Acho que isso representa melhor o que escrevo aqui, porque esse é meu maior problema. Toda a visão negativa que tenho ou já tive da vida veio 100% disso ou minimamente acompanhado disso.

Daqui a alguns anos mudarei o nome de novo, "jovem" também não fará mais sentido.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

A chuva chegou



Gostava muito de dias chuvosos quando era criança. Gostava de ir para uma área da nossa casa que tinha uma rede e ficava perto do jardim. Eu tirava a rede das paredes, sentava no chão, me enrolava todo nela e ficava observando a chuva cair. Minha mãe ficava louca, porque chuvas traziam goteiras e, como morávamos em uma região mais afastada da cidade, chuvas também traziam bichos da terra, já que a mesma ficava muito encharcada. Formigas, besouros, mosquitos, outros insetos da terra e sempre aparecia uma cobra ou outra fugindo da água.

Eu não gostava das cobras, mas gostava muito dos dias chuvosos. Eu ficava ali sentado e torcendo para a chuva não acabar tão cedo. Meus dias preferidos eram quando a chuva era fraquinha e o vento muito forte. Os pingos de chuva ficavam praticamente dançando no ar e eu, criança muito imaginativa, fingia que era neve. Nós tínhamos um bom jardim e eu gostava de ver a água escorrendo pelas plantas, o balançar dos coqueiros, a água descendo pela calha.

Pensava muito em coisas de criança enquanto estava ali: escola, meu amiguinhos da rua, meu amiguinhos que não eram da rua e eu queria estar perto, minha mãe, meu pai e videogames (os que eu queria ter). Também pensava muito na praia e como ela estaria num dia daquele. Pensava na cidade e o que as pessoas estariam fazendo nela enquanto eu estava isolado naquele bairro afastado. Pensava nos desenhos que passariam no próximo final de semana. Às vezes, me sentia entediado mesmo com aquele cenário perfeito na minha frente, mas também sabia que levantar para ir fazer outra coisa entediante não resolveria. Então eu ficava ali, admirando o tédio até a chuva parar.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Retrospectiva 2024

Mais um ano que Jesus não voltou. Nem Jesus, nem Maomé, nem o Superman, ninguém veio nos salvar.


Coisas boas:

- Continuo empregado. Já sobrevivi a uma aquisição e duas fusões da empresa. Considero isso uma vitória, porque muita gente rodou durante esses processos e esse ano foi o pior em termos de demissões.

- Ganhei um aumento salarial. Nada muito grande, mas cobriu a inflação dos últimos anos e sobrou um pouco para mim.

- Estou lendo mais. Ano passado, li apenas dois livros. Um nem valeu, porque foi apenas uma releitura e o outro foi sobre um assunto já muito familiar para mim. Em 2024 consegui ler quatro e de assuntos realmente novos ou que eu sabia muito pouco. Eu estava com muita preguiça de ler.


Coisas ruins:

- Não consegui perder peso. Estou acima do peso há três anos e não consigo emagrecer. 

- Não foi meu ano mais ansioso, mas foi um dos mais cansativos. Acordo às 8h e, às 11h, já estou com sono. Acho que pode ser algum problema respiratório ao dormir. Vou investigar, isso tem acabado com meu rendimento no trabalho.

- Mais um ano de muitas dúvidas. Não sei exatamente o que quero para a minha vida e não consegui pensar com clareza sobre isso em 2024. Eu sei que tem coisas que preciso enfrentar, mas não quero.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

10 anos sem rede social

    


    Lembrei que não tenho rede social desde 2014, então já me encontro afastado desse lixo há 10 anos. Percebi que realmente não faço a mínima ideia de como esses ambientes virtuais se encontram agora. Há algum tempo atrás, estava conversando com alguém que falou sobre "stories". Lembro que havia pesquisado minimamente o que era isso, mas nem reter o significado dessa palavra no contexto de uma rede social eu consegui. Hoje, ouvi alguém falar sobre isso novamente e fui pesquisar. "Stories" são fotos e vídeos postadas e que duram 24 horas. Após isso, são deletadas.

    Eu tenho WhatsApp e acabei de ver que existe uma aba chamada "Atualizações". Se você clicar ali e selecionar o contato, uma foto ou vídeo aparecem. Acabei de descobrir que esse é o tal "story" do WhatsApp. Não sabia que isso durava apenas 24 horas até porque nunca nem tinha notado essa aba de atualizações. Será que já está ali há muito tempo? Me sinto completamente por fora das redes sociais e aplicativos afins.

    O que dizem por aí que é se você não está na rede, você não existe. Parece que tá todo mundo com medo de ser invisível e de ser esquecido. Todo mundo é estimulado a compartilhar suas vidas o tempo todo e, se você não faz isso, você não está inserido nesse mundo como todo mundo. Porém, será mesmo que isso é verdade ou isso é só mais uma preocupação besta com adaptações naturais da sociedade? Pela ótica de alguém que não tem rede social há uma década, creio que sim, se você não está na internet, então você não passa de um fantasma na sociedade

    Se você pode fazer uma postagem e informar a Deus e o mundo que aquela sua promoção veio, por que você vai se dar ao trabalho de me ligar ou me mandar uma mensagem? Se você decidiu o nome do seu seu filho que vai nascer e postou na rede, por que entraria em contato comigo só para me dizer isso? Dificilmente sou informado sobre o que acontece com as pessoas ao meu redor porque todo mundo assume que todo mundo já viu e está inteirado.

    Me pego descobrindo coisas que considero interessantes sobre amigos muito depois de todo mundo porque eles já postaram no Instagram e direcionar informações especialmente para mim parece ser algo mais trabalhoso. Acho que são menos amigos meus? Não, até porque ainda tenho conversas pessoais quando dá. São simplesmente pessoas adaptadas à nova realidade e tenho quase certeza de que todo mundo hoje é assim mesmo.

    Acho que todo mundo que tem perfil em rede social é fútil e idiota? Não, acho que é uma questão de sobrevivência. Ninguém quer ficar para trás e ser esquecido. Além disso, o capitalismo é brutal. As pessoas são estimuladas a viverem dessa forma e se venderem dessa forma para que o mercado consiga lucrar com isso. É uma economia virtual, nada mais natural do que ser praticamente forçado a fazer parte disso.

    Tenho vontade de ter uma rede social novamente? Às vezes sim. Acho um pouco frustrante não saber muito bem o que alguém que gosto anda fazendo e tem gente que acha esquisito quem não está no Instagram ou não sabe quem é a tal Deolane Bezerra. Por outro lado, sei muito bem dos malefícios. Todo mundo quer parecer incrível em um ambiente desses e deve ser uma merda ficar olhando isso 24 horas por dia. Também devo dizer que, de alguma forma, eu gosto desse sentimento de invisibilidade. Se ninguém sabe o que estou fazendo, posso ser muito mais livre. Hoje, eu não sinto que "não sou ninguém" porque não estou entendendo o meme recente que o pessoal está compartilhando no trabalho. Acho que hoje eu sou muito mais da galera do "foda-se, não sei mesmo". É muito tempo de prática.

    Eu não sei se acredito em pessoas que falam que sabem usar as redes sociais de forma "consciente" mas também não tenho nada contra elas ou contra as redes em si. Cada um vive da forma que acha melhor. Enfim, ainda não entendi qual a graça de ter um conteúdo apenas por 24 horas, alguém me ajude a entender hahahahaha



terça-feira, 10 de setembro de 2024

Refletindo sobre o passado

Há algum tempo, esse blog tem virado pra mim um lugar onde venho para refletir sobre as mudanças que aconteceram na minha vida. Tem muita coisa que registrei aqui que não acredito mais e também tem coisas que nunca mudaram. Hoje, o sentimento tem sido exatamente como o dessa postagem. Lembrei que já havia deixado algumas palavras sobre esse assunto aqui.

Dias de ansiedade são sempre os dias em que eu preciso enfrentar meus medos mais ou menos inconscientes que acham um jeito de virem à tona.

terça-feira, 30 de julho de 2024

Após 7 anos, eu chorei

    Ontem eu estava assistindo um filme chamado Lady Bird e chorei durante uma determinada cena. É um filme bem premiado, mas, por algum motivo, não assisti mesmo numa época que eu era cinéfilo. Eu não chorava há mais ou menos sete anos, então fiquei surpreso e também feliz por isso ter acontecido.

    Sei que toda doença mental se manifesta com sintomas diferentes nas pessoas e, no meu caso, minha ansiedade poucas vezes me deu vontade de chorar. Na verdade, minha ansiedade me gera um incômodo incontrolável de adrenalina no corpo que reprimi qualquer vontade de chorar. Fico em um estado de alerta, ligadão. Aos poucos creio que fui desenvolvendo uma incapacidade de chorar. Eu simplesmente não choro. Fico muito triste, mas não choro. A última vez que chorei, e que consigo me lembrar, foi em 2017, durante uma crise de ansiedade que estava fazendo meus pulmões doerem.

    Gostei de chorar novamente. Já tinha até esquecido de como era colocar essa merda toda para fora. Me senti mais leve imediatamente após o episódio. Chorar é bom. O lado ruim é que talvez a cota de choro para essa década já tenha sido preenchida, então acho que agora só vou chorar quando eu tiver meus 40 anos e ficar desempregado, algo assim.