Diário de um jovem ansioso
Um blog sobre ansiedade
segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
Desconexão
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Atualizações
quinta-feira, 24 de abril de 2025
Isolamento
Um dos meus amigos se mudou e isso fez com que quase todo meu minúsculo circulo social tenha acabado. Era um amigo que puxava todos os outros de tal forma que o grupo nunca resistiria sem ele. Era ele que nos chamava para sair, ele que tinha as melhores conversas, ele que tinha os melhores lugares para ir e era ele que tinha as melhores histórias para contar.
Mudou-se para uma cidade não tão distante, mas também não tão perto. A coisa foi esfriando devido à distância e hoje já está bem claro que nada será como antes. Vou sentir falta dos churrasquinhos nos sábados, das resenhas sobre a vida cotidiana, das maluquices do trabalho de cada um e das risadas dos filhos deles me chamando de "tio" nessas reuniões de domingo. Foi bom enquanto durou, mas acho que acabou.
Terei saudades, mas me sinto tranquilo. O fim de uma amizade também tem suas vantagens: é o fim da preocupação com a outra pessoa. Não precisarei mais me preocupar se a pessoa está bem, se precisa da minha ajuda (mesmo que ela não me peça) e também não precisarei fingir estar legal quando não estou. Jamais diria que eu gostaria de terminar minhas amizades, mas tudo tem um lado bom e um lado ruim. Hoje, vejo que o lado ruim não é tão ruim assim.
Creio que o que me deixa mais tranquilo para lidar com isso é que, daqui para frente, se eu não fizer novos amigos, muito provavelmente, será porque eu não quero e não porque não posso. A falta de habilidade e, principalmente, a falta de experiência faziam com que eu me sentisse uma espécie de monstro, um ser nojento e incapaz de conseguir coisas que hoje eu sei que posso conseguir, se assim eu desejar. Experiência parece ser tudo na vida de um homem e sei que ainda tenho muito o que aprender.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Coisas para lembrar que estou ficando velho
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Mudei o nome do blog
De "Diário de um jovem depressivo" para "Diário de um jovem ansioso".
Acho que isso representa melhor o que escrevo aqui, porque esse é meu maior problema. Toda a visão negativa que tenho ou já tive da vida veio 100% disso ou minimamente acompanhado disso.
Daqui a alguns anos mudarei o nome de novo, "jovem" também não fará mais sentido.
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
A chuva chegou
Gostava muito de dias chuvosos quando era criança. Gostava de ir para uma área da nossa casa que tinha uma rede e ficava perto do jardim. Eu tirava a rede das paredes, sentava no chão, me enrolava todo nela e ficava observando a chuva cair. Minha mãe ficava louca, porque chuvas traziam goteiras e, como morávamos em uma região mais afastada da cidade, chuvas também traziam bichos da terra, já que a mesma ficava muito encharcada. Formigas, besouros, mosquitos, outros insetos da terra e sempre aparecia uma cobra ou outra fugindo da água.
Eu não gostava das cobras, mas gostava muito dos dias chuvosos. Eu ficava ali sentado e torcendo para a chuva não acabar tão cedo. Meus dias preferidos eram quando a chuva era fraquinha e o vento muito forte. Os pingos de chuva ficavam praticamente dançando no ar e eu, criança muito imaginativa, fingia que era neve. Nós tínhamos um bom jardim e eu gostava de ver a água escorrendo pelas plantas, o balançar dos coqueiros, a água descendo pela calha.
Pensava muito em coisas de criança enquanto estava ali: escola, meu amiguinhos da rua, meu amiguinhos que não eram da rua e eu queria estar perto, minha mãe, meu pai e videogames (os que eu queria ter). Também pensava muito na praia e como ela estaria num dia daquele. Pensava na cidade e o que as pessoas estariam fazendo nela enquanto eu estava isolado naquele bairro afastado. Pensava nos desenhos que passariam no próximo final de semana. Às vezes, me sentia entediado mesmo com aquele cenário perfeito na minha frente, mas também sabia que levantar para ir fazer outra coisa entediante não resolveria. Então eu ficava ali, admirando o tédio até a chuva parar.
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
Retrospectiva 2024
Mais um ano que Jesus não voltou. Nem Jesus, nem Maomé, nem o Superman, ninguém veio nos salvar.
Coisas boas:
- Continuo empregado. Já sobrevivi a uma aquisição e duas fusões da empresa. Considero isso uma vitória, porque muita gente rodou durante esses processos e esse ano foi o pior em termos de demissões.
- Ganhei um aumento salarial. Nada muito grande, mas cobriu a inflação dos últimos anos e sobrou um pouco para mim.
- Estou lendo mais. Ano passado, li apenas dois livros. Um nem valeu, porque foi apenas uma releitura e o outro foi sobre um assunto já muito familiar para mim. Em 2024 consegui ler quatro e de assuntos realmente novos ou que eu sabia muito pouco. Eu estava com muita preguiça de ler.
Coisas ruins:
- Não consegui perder peso. Estou acima do peso há três anos e não consigo emagrecer.
- Não foi meu ano mais ansioso, mas foi um dos mais cansativos. Acordo às 8h e, às 11h, já estou com sono. Acho que pode ser algum problema respiratório ao dormir. Vou investigar, isso tem acabado com meu rendimento no trabalho.
- Mais um ano de muitas dúvidas. Não sei exatamente o que quero para a minha vida e não consegui pensar com clareza sobre isso em 2024. Eu sei que tem coisas que preciso enfrentar, mas não quero.


